Brasília-DF

Pacheco defende o agronegócio: ‘Não podemos achar vergonhoso sermos maior produtor de soja’

Lula também intercedeu pela classe

Pacheco defende o agronegócio: 'Não podemos achar vergonhoso sermos maior produtor de soja'. (Foto: Reprodução)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta terça-feira (17/9), o agronegócio brasileiro e disse que “não podemos achar que é vergonhoso sermos o maior produtor de soja do mundo”. A declaração foi dada na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades dos Três Poderes da República sobre a situação climática brasileira.

Pacheco disse que o “Brasil é um país que possui leis ambientais, cuja potencialidade do agronegócio se faz em 20% do território, com 66% em estado natural e preservado”. Defendeu, porém, que “todo esse nosso comprometimento com a questão climática não pode afetar algo fundamental para o combate, que é a geração de riqueza do Brasil”.

O senador citou uma ideia de que comunidades que estão nos biomas possam ter benefício de manter florestas intactas em pé. “Não podemos achar que é vergonhoso sermos o maior produtor de soja do mundo, de celulose, açúcar, gado, petróleo. Temos de ter orgulho do nosso desenvolvimento econômico, gerarmos riqueza e fazer com que ela seja melhor distribuída e fazermos com que comunidades que hoje estão nesses biomas possam ter um benefício em manter essas florestas intactas e não precisem se valer delas para se sustentarem”, afirmou.

Pacheco também citou como uma ideia a “excepcionalização do teto de gastos dos grandes projetos das Forças Armadas” voltados a esses esforços. O presidente do Senado disse, ainda, que, em reunião com a presidente do Conselho Federal da Alemanha, Manuela Schwesig, discutiu um possível obstáculo para exportações brasileiras à União Europeia.

“Outra preocupação que me toca é que estamos na iminência, em 30 de dezembro de 2024, de termos o obstáculo das nossas exportações das nossas commodities e produtos agrícolas em função de uma compreensão da União Europeia acerca de produtos feitos a partir de desmatamento. Evidente que somos contra desmatamento ilegal, temos de rechaçar, punir e evitar. Mas é muito importante o esclarecimento público do Brasil de que supressão vegetal nos termos da lei ambiental, que é rigorosa, não constitui o desmatamento ilegal que precisa ser combatido”, declarou.

Nenhum empresário sério deseja queimada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também intercedeu pela classe, afirmando que “nenhum empresário sério do agronegócio deseja queimada” e que esses empresários “sabem a importância que eles têm na exportação dos produtos agrícolas e exigências internacionais”.

O presidente afirmou que “o cidadão que resolve provocar queimada, seja qual for a razão dele provocar queimada, desnecessariamente, está cometendo um crime contra a legislação brasileira, contra a economia brasileira, contra as aspirações desse País que quer se transformar num país altamente soberano e respeitado no mundo”.

Agrotóxico
Ele aproveitou para estender o assunto: “Hoje, passamos a manhã discutindo a questão do agrotóxico”, relatou. Lula disse que “não é possível que a gente não tome atitude com crescimento da utilização de agrotóxico” e defendeu uma proposta, discutida com lideranças, Embrapa e empresários, sobre o uso dos defensivos agrícolas no campo.

“Não é possível que 80% do agrotóxico proibido na Alemanha possa ser vendido aqui no Brasil. Proibido nos Estados Unidos e pode ser vendido aqui no Brasil, como se nós fôssemos uma republiqueta de bananas em que aqui se pode jogar tudo. Não é possível”, afirmou.

“(Eu) me proponho a fazer uma reunião com a bancada ruralista, e aí vamos ver quem é sério e quem não é sério. As pessoas sabem que usar bioinsumo é muito mais fácil. Utilizar coisas que garantam uma produtividade saudável é muito mais interessante para todo mundo”, completou. Lula defendeu que o Brasil deixe o que chamou de “complexo de vira-lata” e rediscuta a questão dos agrotóxicos. “Não é produtor rural que está fazendo pressão no Congresso, não. São os empresários dos agrotóxicos, que conseguem, inclusive, convencer gente de boa índole a usar uma coisa desnecessária. Vamos ter que repensar muita coisa”, declarou.

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