“Reafirmamos o apoio à democracia”, diz Daniel após reunião com Lula em Brasília
Vice-governador representou Caiado
O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), participou, na noite desta segunda-feira (9/1), de uma reunião no Palácio do Planalto em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pauta tratou sobre a resposta do Estado de Goiás para garantir a segurança pública após os atos antidemocráticos de domingo (8/1).
Em entrevista, o vice-governador disse que na reunião reafirmou o apoio à democracia e ao Estado Democrático de Direito. “Esperamos que possa, de alguma forma, fortalecer e levar uma reflexão aos brasileiros sobre a importância da democracia e desse regime para o nosso País. Principalmente, no que diz respeito ao reconhecimento do resultado eleitoral e da vontade popular dos brasileiros”, declarou.
“Os governadores, o presidente da República, a presidente do Supremo Tribunal Federal, e presidentes do Legislativo. Todos em um ato de desagravo dos Poderes, afrontados pelos atos de terrorismo e vandalismo que ocorreram no dia de ontem”, completou o vice-governador.
O encontro foi convocado pelo chefe do Poder Executivo Federal, após os ataques acontecidos no domingo (8/1). Daniel representou o governador Ronaldo Caiado, que guarda repouso relativo após intervenção cirúrgica realizada no mês de dezembro. “Não se trata de nada partidário ou ideológico. O governador sempre foi grande opositor do PT e do próprio presidente Lula, mas jamais deixou de reconhecer a lisura dos processos eleitorais”, comentou Vilela.
Na ocasião, Daniel ressaltou que todas as forças de segurança de Goiás estão atentas e trabalham de forma compartilhada com a segurança nacional, no sentido de coibir qualquer novo ataque aos Três Poderes. Segundo o emedebista, o Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPM) já está à disposição para qualquer eventualidade.
“Ontem mesmo, Caiado determinou a todas as Forças de Segurança do estado que estivessem atentas, de prontidão e trabalhando de forma compartilhada com as Forças de Segurança nacional, para coibir qualquer atitude por parte destes vândalos”, reforçou.
Após a reunião no Palácio do Planalto, Daniel Vilela, ao lado do presidente Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, visitou a sede do STF para vistoriar as instalações depredadas. O interior do prédio histórico, em especial o plenário, foi um dos principais alvos dos vândalos. “Essa simbologia me entristeceu de uma maneira enorme, mas eu quero assegurar a todos que vamos reconstruí-lo e que no dia 1º de fevereiro daremos início ao ano judiciário”, assinalou a ministra.
Defesa da democracia
Na ocasião, o presidente Lula assegurou que vai investigar quem foram os responsáveis por financiar os atos e que não vai permitir que a democracia “escape das nossas mãos”. “Não vamos ser autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou”, afirmou.
O presidente da República seguiu: “Foi muito difícil, para vocês e para mim, conquistar a democracia neste País. Foi muito difícil que tivéssemos uma Constituição que fosse uma carta cidadã respeitada por todos nós. Foi muito difícil conquistar o direito de manifestação neste País”, pontuou. “A gente quer continuar tendo direito de manifestação. A gente não precisa gostar um do outro; precisa apenas se respeitar. Aprender a conviver democraticamente na adversidade”. Também estavam no encontro o ministro Luís Roberto Barroso, governadores e representantes de outros Estados brasileiros.