Rodovias

Mais de 470 motos são flagradas acima da velocidade em Goiás

Infrações crescentes e mortes no trânsito expõem falta de transparência sobre o destino das multas e pressionam por mais fiscalização e investimentos

Uma operação recente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrou mais de 470 motocicletas circulando acima da velocidade permitida em rodovias federais que cortam Goiás. Os flagrantes ocorreram principalmente nas BRs 153, 060 e 452, vias conhecidas pelo alto fluxo de veículos e número elevado de acidentes. Apenas nos primeiros meses de 2025, 17 pessoas morreram em ocorrências envolvendo motos no estado, segundo a corporação.

O número expressivo de autuações reacende o debate sobre como os valores arrecadados com esse tipo de infração são utilizados pelo poder público. O Código de Trânsito Brasileiro determina que a receita das multas deve ser aplicada, prioritariamente, em ações que promovam a segurança viária, como sinalização, engenharia de tráfego, fiscalização e campanhas educativas. No entanto, esse percurso entre arrecadação e investimento ainda é pouco visível para a população.

Com o aumento das infrações e o agravamento dos índices de mortalidade no trânsito, cresce também a cobrança por mecanismos de acompanhamento efetivo do uso desses recursos. Entidades de fiscalização e especialistas defendem que a transparência sobre as receitas provenientes de multas seja tão rigorosa quanto a própria aplicação das penalidades. Sem informações claras e acessíveis, o controle social se enfraquece e a efetividade das políticas públicas fica comprometida.

Em meio a essas discussões, a Assembleia Legislativa de Goiás analisa uma proposta de lei que busca tornar obrigatória a divulgação detalhada e periódica da aplicação desses valores. A medida propõe maior clareza sobre como, onde e por quais órgãos os recursos estão sendo investidos. Para analistas, essa iniciativa representa um passo importante para alinhar arrecadação e responsabilidade, especialmente em um cenário onde os riscos do trânsito seguem em alta.

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