Caiado defende saída de Bivar do União Brasil: “a conduta dele não é de um presidente partidário, mas de um gângster”
Governador afirmou que Bivar “não tem condição ética e moral” para representar o partido após acusações
O governador goiano Ronaldo Caiado (UB) voltou a disparar contra o atual presidente do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar (UB-PE), por conta da suspeita de ser o mandante do incêndio à casa do recém-eleito ao comando da legenda, Antônio Rueda
A suspeita e ameaças antes da convenção que elegeu Rueda, há duas semanas, levaram o partido a aprovar nesta quarta (13) a abertura de um processo de expulsão, com 17 votos favoráveis e 15 ausências. Bivar ainda não se pronunciou sobre a decisão.
Caiado foi o primeiro a apontar Bivar como suspeito do incêndio, ainda na manhã de terça (12), e afirmou que a conduta dele “não é de um presidente partidário, mas de um gângster”.
“Todos estão estarrecidos com tudo isso. Imaginar que uma pessoa pode querer presidir um partido ameaçando a filha dos outros, ameaçando as pessoas, ameaçando incendiar casas, trancando porta de auditório. Isso não é compatível”, disse durante a coletiva que aprovou a abertura do processo de afastamento de Bivar do comando do partido.
Além de chamar Bivar de “gângster”, Caiado afirmou que ele “não tem condição ética e moral” para representar a legenda e que conduziu o União Brasil de modo “ditatorial”. “Temos que tirá-lo. Com a saída de Bivar, vamos tirar o União Brasil das páginas policiais e recolocar o partido nas páginas de política”, completou.
A crise no União Brasil começou a se formar quando o partido aceitou compor parcialmente a base governista, mesmo tendo membros fortemente contrários ao governo. O partido é fruto de uma fusão entre o DEM e o PSL, antigo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bivar é constantemente visto nos eventos do governo no Palácio do Planalto, como o da última terça (12), em que se defendeu das acusações de envolvimento no incêndio em Pernambuco. Ele chamou a suspeita de “ilações”. Ele tem 72 horas para se pronunciar sobre o processo de afastamento.
Por outro lado, uma ala do União Brasil defende que o partido não siga de mãos dadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 e lance um candidato próprio. Um dos mais cotados é o próprio Ronaldo Caiado, que já se colocou à disposição diversas vezes, em entrevistas.