Após troca de comando, PF faz buscas na casa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
Ação apura desvios de recursos públicos

Redação
A Polícia Federal (PF) cumpre mandado de busca na manhã desta terça-feira, 26, no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio, Wilson Witzel. A ação faz parte da Operação Placebo, desencadeada para apurar indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública do coronavírus no Estado do Rio de Janeiro.
Agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio. As ordens foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Elementos de prova, obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal no Estado, foram compartilhados com a Procuradoria Geral da República no bojo de investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça e apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro”, informou a PF em nota.
Troca de comando
A operação ocorre 22 dias após a posse de Rolando de Souza para a diretoria-geral da Polícia Federal, após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender a nomeação de Alexandre Ramagem, delegado que é próximo dos filhos de Jair Bolsonaro, em especial de Carlos Bolsonaro.
Uma das primeiras ações de Rolando de Souza à frente da corporação foi justamente substituir o comando da PF no Rio de Janeiro. Carlos Henrique Oliveira, superintende da PF no estado foi chamado por Souza para ocupar a diretoria-executiva da entidade, deixando vago o posto no Rio de Janeiro até esta segunda-feira (25), quando o delegado Tacio Muzzi Carvalho e Carneiro foi nomeado por Rolando de Souza.
Inquérito
A troca de comando na Polícia Federal do Rio de Janeiro foi o principal motivo da queda de braço que resultou na saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Insatisfeito com a “falta de informações” da PF no Estado, que coordena investigações contra seus filhos, em especial Flávio Bolsonaro, o presidente pressionou Moro para a troca do superintendente, que teria sido negado pelo então ministro.
No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgado na semana passada, Bolsonaro, em momento de fúria, cobrou a troca do comando da PF no estado. “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar fuder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o Ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, disse Bolsonaro.
Informações: Agência Estado