Santa Cruz

Santa Cruz de Goiás tem 279 moradores quilombolas, diz IBGE

Número representa 9,3% da população total do município, que é de 3.002 moradores

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta última quinta-feira, 27 de julho, mostram que o município de Santa Cruz de Goiás tem 279 moradores quilombolas, o que representa 9,3% da população total do município, que é de 3.002 moradores.

No ranking nacional, Goiás está em 8º lugar, com mais de 30 mil pessoas, distribuídas em 64 cidades, sendo Cavalcante o município com maior proporção de moradores quilombolas. Ao todo, 57% da população da cidade se autodeclarou quilombola.

O levantamento faz parte do Censo Demográfico 2022 e foi a primeira vez que o IBGE incluiu perguntas nos questionários para identificar pessoas que se autodenominam quilombolas.

Dados inéditos

O IBGE detalhou que, para chegar ao número, inseriu as seguintes perguntas ao questionário: Você se considera quilombola? e Qual o nome da sua comunidade?. Ao todo, o Censo mostrou que o Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se autodeclaram quilombolas.

O instituto explicou que, para o registro, contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas de todo o país, as quais “atuaram no apoio ao mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores, garantindo que todos os territórios fossem visitados”.

Segundo o IBGE, além dos registros com dados inéditos sobre a população quilombola, o levantamento mostrou informações básicas, que eram desconhecidas, sobre os totais de pessoas desse grupo étnico em diferentes níveis geográficos e recortes territoriais.

Entre os dados, o Censo mostrou sobre os “domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador quilombola, em diferentes recortes, e sobre aqueles localizados em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados”.

Quilombolas

Historicamente, os quilombos eram espaços de liberdade e resistência onde viviam comunidades de pessoas escravizadas fugitivas entre os séculos XVI e XIX. Cem anos depois da abolição da escravidão, a Constituição de 1988 criou a nomenclatura “remanescentes de comunidades de quilombos”, expressão que foi sendo substituída pelo termo “quilombola” ao longo dos anos.

Uma pessoa que se autodetermina quilombola tem, portanto, laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive. Quase 90% dos quilombolas (1,16 milhão no total) não mora nas 494 áreas oficialmente delimitadas para essa população.

Nesses territórios oficialmente delimitados, moram 167 mil quilombolas. Segundo a Fundação Cultural Palmares, que certifica a autoatribuição quilombola, existem quase 3 mil comunidades validadas pelo órgão no Brasil. A fundação, no entanto, não delimita terras.

Deixe uma resposta