Proposta de privatização do Ipasgo cria polêmica e mobiliza deputados
Objetivo da mudança é permitir que a ANS possa determinar um percentual anual de reajuste sem a necessidade de discussão com os usuários
Nos últimos dias, tem sido crescente a mobilização de deputados estaduais de Goiás em reação às propostas do governo estadual de transformar o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) em um Serviço Social Autônomo (SSA), administrado pela Agência Nacional de Saúde (ANS). O objetivo da mudança é permitir que a ANS possa determinar um percentual anual de reajuste sem a necessidade de discussão com os usuários, além de acabar com concursos públicos e a participação dos servidores nas decisões.
O plano de saúde assiste cerca de 500 mil famílias atualmente, além da abrangência dele, também fornece a opção daqueles servidores que não podem comprometer uma grande parte da renda mensal com despesas médicas.
De acordo com o ex-presidente do Ipasgo e vice-presidente do Sindicato dos Odontólogos, Antônio Bauer, o plano de saúde conta com contribuintes que realizam maiores contribuições, o que ajuda a oferecer direitos para aqueles que contribuem menos. Entretanto, se as mudanças propostas forem estabelecidas, esses usuários com menores contribuições terão que deixar o plano. Bauer ainda alertou sobre a fragilidade das entidades SSA, que podem resultar em uma má administração.
O auditor fiscal e também ex-presidente do Ipasgo, Jeovalter Correia, ressaltou que a transformação do Ipasgo em uma entidade privada pode resultar em polêmicas acerca da tributação. Ele argumentou que há todo um aspecto que deve ser analisado e que a mudança equivale a uma privatização.
Para discutir e construir uma contraproposta à apresentada pelo Governo de Goiás, a deputada Bia de Lima (PT), Coordenadora do Fórum dos Servidores Públicos de Goiás, irá promover uma audiência pública nesta sexta-feira (31), às 9 horas, na sala das comissões da Assembleia Legislativa de Goiás.