EUA

Lula promete resposta a tarifaço de Trump

Nos bastidores, informação é que medidas do governo devem vir após consulta com setor privado, aponta bastidores

O tarifaço do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, estremeceu o sistema de comércio internacional quando o revelou na tarde desta última quarta-feira (2). O evento denominado de “Dia da Libertação”, pelo republicano, ficou marcado pela angústia de líderes do globo que temiam novas tarifas para trocas comerciais com os Estados Unidos. O mercado de ações do globo inteiro abriu com uma queda seguindo as ações do republicano como a Apple, que decaiu nove pontos na bolsa americana, a Petrobras que decaiu três pontos na bolsa brasileira e a Yamaha que decaiu cinco pontos na bolsa japonesa.

Pelo que aparenta, quase nenhuma nação conseguiu escapar da “canetada” de Trump que atiçou novamente as chamas de uma guerra comercial com tarifas que afetam até mesmo os países com balança comercial favorável aos EUA, como o Brasil que recebeu tarifas de 10% das importações. Segundo o mandatário, o valor de 10% que é similar ao efetuado para o Reino Unido corresponde a um “piso tarifário” de todas as nações. Contudo, vale lembrar que o tarifaço de Trump deve entrar juntamente com as barreiras econômicas de 25% impostas sobre o aço e o alumínio brasileiro. 

Em resposta às taxas de 10%, o presidente da república Luiz Inácio Lula (PT) declarou que “tomará as medidas cabíveis” contra a medida norte-americana. Em um evento governamental, Lula afirmou que protegerá as empresas e trabalhadores brasileiros a partir de uma nova Lei de Reciprocidade aprovada em caráter de urgência no Congresso Nacional. A lei, como divulgada anteriormente pelo O HOJE, prevê a retaliação de países ou blocos que imponham barreiras comerciais a produtos do Brasil. Anteriormente, o chefe do executivo era vedado de retaliar as tarifas devido às regras da Organização Mundial do Comércio, com a Lei aprovada, o Brasil pode responder com barreiras econômicas proporcionais aos danos cometidos aos produtos brasileiros. 

Como sinalizou o presidente, a nova política deve ser feita em parceria com o setor privado para alinhar as estratégias do governo e do mercado para não prejudicar ambos, segundo afirmam bastidores do Palácio. Além da resposta proporcional, o governo brasilleiro ainda pode tomar outras medidas que irão beneficiar o país, segundo avaliação de especialistas. Segundo afirma órgãos especializados em finanças, como a Becomex, o Brasil pode expandir na automação fiscal para resguardar os interesses financeiros brasileiros, como na redução de custos tributários, rastreamento em tempo real de operações internacionais e investir em uma maior eficiência em compliance.

Enquanto isso, ainda há resistência de como o Brasil deveria proceder como por membros da direita, e em específico do clã Bolsonaro que criticaram uma possível guerra comercial com os EUA. Em um comunicado oficial no X, o ex-presidente e réu em tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL), afirma que “uma eventual guerra comercial com os EUA não é uma estratégia inteligente e que preserva os interesses do povo brasileiro”. E vai além por defender Trump afirmar que as tarifas protegem o país do “vírus socialista”.

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