Lula e Bolsonaro buscam voto feminino e usam imagens de esposas
Na corrida pelo voto das mulheres, que representam 52,65% do eleitorado, contra 47,33% de homens, os líderes nas pesquisas adotam estratégias parecidas

Na corrida pelo voto das mulheres, que representam 52,65% do eleitorado, contra 47,33% de homens, os líderes nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) adotam estratégias parecidas, apesar das diferenças entre eles e ataques trocados.
Na primeira semana de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, os dois levaram para a TV o Rádio o que já testavam nas redes sociais, em entrevistas e discursos, com citações e espaços para as esposas falarem.
A campanha do ex-presidente Lula apresentou a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, como protagonista na primeira aparição dela no horário eleitoral. Ela se apresentou como esposa do candidato e disse estar ao lado dele “nessa caminhada pelo Brasil da esperança”. “Sabemos das dificuldades que nós mulheres enfrentamos atualmente. São milhões de mulheres endividadas para poder levar alimentos para suas famílias”, diz a socióloga, filiada ao PT desde os anos 1980.
A posição de destaque difere do papel discreto desempenhado pela então esposa de Lula nas eleições em eleições anteriores. Marisa Letícia, falecida em 2017, não falava em propagandas ou comícioa, nas disputas de 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006.
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) utiliza a imagem primeira-dama desde o início do governo e intensificou a presença de Michelle Bolsonaro nesta campanha. Ela fez discursos em comícios e monopolizou vídeo de 30 segundos em que defende o atual governo. A peça foi divulgada no YouTube e na televisão, mas foi retirada do ar pelo TSE, já que o presidente não aparece.
Números
Pesquisa Datafolha apontou que 35% dos homens dizem votar no candidato à reeleição em resposta espontânea. O índice caía para 24% entre as mulheres. Os números variam menos entre os eleitores de Lula: 39% dos homens declararam voto no petista, contra 41% das mulheres.