Eleições

Goiás é o estado com mais registros de pesquisas eleitorais em 2024; PL foi o que mais gastou

Quase metade dos levantamentos foram autofinanciados — ou seja, pagos pela mesma empresa que realizou a sondagem

Faltando cinco meses das eleições municipais, o número de pesquisas eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste ano é o maior da série histórica da Corte, iniciada em 2012. Em todo Brasil, de janeiro a abril, foram 1.127 levantamentos, quatro vezes mais do que no último pleito para prefeito e vereador, em 2020, quando houve 296 no mesmo período.

Reportagem publicada pelo jornal O Globo mostra que 157 pesquisas eleitorais foram registradas em Goiás, até agora, liderando o cenario nacional. Comparando com outros estados, fechando o pódio temos Piauí com (139) e São Paulo (108) registros. Rio Grande do Norte tem (83) registros, Pernambuco (78), Maranhão (66), Pará (64), Bahia (60), Minas Gerais (50) e, fechando a lista, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ambos com 36.

Parte dos levantamentos é contratada pelos próprios partidos políticos, cujo objetivo é testar as possíveis candidaturas. Dentre todos, até o momento a sigla que mais gastou com pesquisas foi o PL, que investiu R$ 199 mil em municípios que pretendem disputar a prefeitura. Somente em Goiânia, o PL investiu R$ 34 mil para checar a aceitação do deputado Gustavo Gayer, que é pré-candidato à Prefeitura de Goiânia.

Os dados ainda mostram que quase metade, 500 (44,4%), foram autofinanciadas, sendo assim, pagas pela mesma empresa que realizou a sondagem. Em casos como esse, ao informar que realizaram o levantamento com verba própria, os responsáveis não precisam prestar contas sobre a origem do dinheiro, fator que ocasiona alerta em entidades e gera debate no Congresso.

Os números da Corte Eleitoral também mostram que essa modalidade já havia sido maioria em 2020, mas caiu na eleição seguinte, de 2022 (36%). Na época, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) chegou a pedir uma investigação sobre a proliferação de CNPJs que registravam pesquisas eleitorais bancadas pela própria empresa.

A proibição de pesquisas autofinanciadas é um dos assuntos do projeto que trata do Código Eleitoral no qual o mesmo já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas ainda não houve a conformidade entre os parlamentares no Senado.

Em fevereiro, o TSE aprovou uma resolução para dar mais transparência às pesquisas autofinanciadas. Já neste ano, as empresas são obrigadas a mandar à Corte o Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE) do ano anterior para comprovar que tem capacidade financeira para arcar os próprios levantamentos.

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