Cooperativismo goiano quadruplica faturamento em 10 anos
Receita em 2021 foi de R$ 21 bilhões
A representatividade do cooperativismo na economia goiana tem crescido de forma significativa nos últimos anos. Mais de 50% das riquezas geradas pelo agronegócio no Estado passam por cooperativas e sua participação também cresce nos ramos crédito, saúde e serviços, entre outros.
Nos últimos dez anos, a contribuição desse modelo de negócio para o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás quadruplicou. A soma das receitas brutas das empresas cooperativas saltou de 4,3% do PIB, em 2011, para 10%, em 2021, totalizando R$ 21,5 bilhões, conforme dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2022.
A meta, agora, é mais que dobrar a participação do cooperativismo na economia nos próximos cinco anos e alcançar um faturamento bruto anual de R$ 50 bilhões até 2027. A estimativa é do presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, que, juntamente com o superintendente da entidade, Jubrair Gomes Caiado, recebeu representantes da imprensa goiana para um almoço de confraternização, nesta quinta-feira (1º/12).
Em sua exposição sobre os resultados obtidos pelo cooperativismo goiano nos últimos anos, Luís Alberto ressaltou a expressiva contribuição do modelo econômico para a economia estadual. O dirigente explicou como o cooperativismo goiano se transformou nas últimas décadas, deixando de ser um modelo mais restrito às pequenas cooperativas e com administração improvisada, para uma gestão profissional.
Esse movimento, segundo ele, possibilitou a evolução do setor e o surgimento de grandes empresas, a exemplo da cooperativa Comigo, a maior do Estado em faturamento, além de pequenos e médios empreendimentos cooperativistas que se inserem de forma cada vez competitiva no mercado.
Mais cooperados e empregados
O número de cooperados também teve forte incremento nos últimos 10 anos em Goiás: saltou de 157,2 mil (2011) para 382,7 mil (2021), aumento de 143,4%. O setor impacta diretamente cerca de 1,6 milhão de pessoas em Goiás, considerando o núcleo familiar de cada cooperado.
O crescimento do cooperativismo goiano tem significativo impacto na geração de empregos e renda no Estado. Em 2011, as cooperativas goianas geravam 5,3 mil empregos diretos. No ano passado, esse número saltou para 14,1 mil postos de trabalho, aumento de 165%, em dez anos. Comparado com 2020, o aumento na geração de empregos no setor foi de 10,4%, período em que a maioria dos setores da economia goiana enfrentava grande dificuldade de gerar novos postos de trabalho, devido à crise econômica e sanitária no País.
A quantidade de cooperativas registradas na OCB/GO também aponta o importante avanço que o setor tem conquistado no Estado: saltou de 219 (2011) para 262 (2021). Neste ano, em novembro, o número de cooperativas ativas no Estado chegou a 289 unidades.
Desafio
“Para alcançarmos a meta de R$ 50 bilhões de faturamento até 2027, a ideia é que cada dirigente de cooperativa olhe a receita obtida em 2021 e multiplique por 2,3”, explica Luís Alberto Pereira. “O nosso crescimento em relação ao PIB de Goiás é considerável e mostra que as cooperativas goianas ganharam maior envergadura, sobretudo no faturamento, no número de cooperados e geração de empregos”, frisa. O presidente do Sistema OCB/GO também atribui o crescimento do setor à profissionalização crescente das cooperativas goianas.
“Temos apoiado muito as cooperativas com treinamentos para a alta direção, colaboradores e cooperados, dando a essas pessoas a oportunidade de se aperfeiçoarem nas instituições mais renomadas do País”, destaca o superintendente do Sistema OCB/GO, Jubrair Gomes Caiado. Ele frisa que existem desafios a serem vencidos para o crescimento do setor nos próximos anos. “Precisamos impulsionar a inovação nas cooperativas, aumentar cada vez mais a competitividade do cooperativismo goiano, assim como o número de cooperados”, exemplifica.