Conmebol aplica multa ao Cerro Porteño por ato racista contra Luighi; Palmeiras discorda
No entendimento do clube brasileiro, as penas aplicadas pela Conmebol foram extremamente brandas

A Conmebol divulgou, na manhã deste domingo (09/03), as punições aplicadas ao Cerro Porteño, do Paraguai, pelo caso de racismo envolvendo o atacante Luighi, do Palmeiras, em um jogo da Copa Libertadores Sub-20, na última quinta-feira (06/03).
A entidade multou o clube paraguaio em 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil) a serem pagos no prazo de 30 dias a partir da notificação. A Conmebol também proibiu o Cerro Porteño de ter a presença de seus torcedores nas próximas partes da equipe na Libertadores Sub-20.
Além disso, a entidade exigiu que time paraguaio e todos os seus jogadores inscritos na disputa da Libertadores Sub-20 publiquem, durante a vigência do torneio, uma campanha comunicacional para conscientização contra o racismo em suas redes sociais oficiais. As penas ainda cabem recurso.
Palmeiras discorda das punições
Após a divulgação das punições, o Palmeiras emitiu uma nota oficial discordando da decisão da Conmebol. No entendimento do clube brasileiro, as penas foram “extremamente brandas” e insuficientes para combater os recorrentes casos de racismo no futebol sul-americano.
Além disso, o Alviverde reitera que “acionará as entidades máximas do futebol mundial e levará o episódio às últimas instâncias para que o futebol sul-americano possa, enfim, tornar-se um ambiente de tolerância zero ao racismo”.
Confira a nota oficial emitida pelo Palmeiras:
A Sociedade Esportiva Palmeiras discorda com veemência das punições extremamente brandas aplicadas pela CONMEBOL ao Cerro Porteño-PAR em razão dos ataques racistas sofridos por nossos atletas em jogo disputado pela Libertadores Sub-20, na quinta-feira (6), em Assunção, no Paraguai.
Com exceção da medida educativa adotada (campanha antirracista nas redes sociais do clube infrator), tratam-se de penas inócuas diante da gravidade dos fatos ocorridos e, portanto, insuficientes para combater os reiterados casos de discriminação racial no futebol sul-americano.
As sanções ao Cerro Porteño, em vez de servirem ao propósito de coibir um problema seríssimo, na prática demonstram a conivência das entidades com um crime que vem se repetindo incessantemente, bem como a falência de um sistema penal incapaz de punir com o rigor necessário os crimes de racismo cometidos dentro de campo e nas arquibancadas.
O Palmeiras reitera que acionará as entidades máximas do futebol mundial e levará o episódio às últimas instâncias para que o futebol sul-americano possa, enfim, tornar-se um ambiente de tolerância zero ao racismo.
As lágrimas do atacante Luighi não serão em vão!