Caiado critica PEC da Segurança em lançamento de consórcio de governadores e fala em “intervenção”
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, criticou duramente a PEC da Segurança Pública e acusou o governo federal de tentar intervir nas polícias estaduais

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou duramente a PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo federal e atualmente em tramitação no Congresso Nacional. Durante o lançamento de um consórcio de governadores, realizado nesta quinta-feira (30), no Rio de Janeiro, Caiado classificou a medida como uma “proposta fake”, afirmando que ela representa uma tentativa de retirar dos estados o controle das diretrizes da segurança pública, atribuindo essa função ao Ministério da Justiça.
“O objetivo que o governo federal tem é um só, ou seja, tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública, que é uma determinação da Constituição de 1988. Ele quer transferir aquilo para o Ministério da Justiça. É uma intervenção direta nas polícias dos estados”, declarou o governador.
Caiado também ironizou a postura do governo federal, afirmando que há uma tentativa de centralizar decisões como se houvesse uma autoridade capaz de entender a realidade da criminalidade em todos os estados. “Ele diz como se fosse um iluminado para saber como é o crime no Rio de Janeiro, no Goiás, no Amapá e no Rio Grande do Sul”, disse, sem citar nomes.
O governador ainda acusou o governo federal de ser complacente e conivente com o crime organizado, destacando que a integração entre os entes federativos não é dificultada pelos estados, mas pela “ausência do governo”.
Durante seu discurso, Caiado também criticou o vídeo publicado pelo Palácio do Planalto com ataques à megaoperação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que deixou mais de 100 mortos. Ele apontou contradições no discurso do governo, citando os índices de violência na Bahia, estado administrado pelo PT.
“O governador da Bahia era secretário do Rui Costa, o Rui Costa é o ministro da Casa Civil mais poderoso, o Lewandowski é do governo do PT, o Lula foi o mais votado na Bahia e é onde mais se mata no Brasil”, afirmou.
A PEC da Segurança Pública, enviada pelo governo federal, já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora tramita em uma comissão especial criada para analisá-la. A proposta é considerada prioritária pelo Planalto, especialmente após a repercussão da operação no Rio, mas enfrenta resistência entre governadores e parlamentares da oposição.
Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu com o presidente e o relator da comissão especial que analisa a matéria. O grupo definiu 4 de dezembro como data limite para a apresentação do relatório.




