Polícia Federal

Associação de Delegados da PF rebate Marconi e nega interferência política

A ADPF reforçou que os delegados possuem total autonomia para conduzir investigações com imparcialidade, conforme previsto na Constituição

Após desdobramentos da Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União, na última quinta-feira (8), o principal alvo da ação, o ex-governador Marconi Perillo, publicou declarações afirmando que a iniciativa se tratou de uma “armação” com intenções políticas. Em reação às falas de Marconi, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu nota de repúdio contra a acusação de interferência política.

A declaração do ex-governador atingiu especialmente a superintendente da Polícia Federal em Goiás, Marcela Rodrigues. Em nota, a ADPF reforçou que os delegados possuem total autonomia para conduzir investigações com imparcialidade, conforme previsto na Constituição. “Os delegados e delegadas de Polícia Federal que presidem inquéritos policiais atrelados a operações têm autonomia para instruir, com imparcialidade, os procedimentos investigativos”, diz a entidade.

Desde a operação, Perillo divulgou vídeos e uma nota em suas redes sociais afirmando que a ação foi “encomendada” e se tratava de uma “armação odienta”. O ex-governador também questionou a legitimidade da investigação, destacando que os fatos apurados, relacionados a supostos desvios na saúde, ocorreram há mais de sete anos.

Operação Panaceia

O foco da operação está em contratos suspeitos entre a Organização Social Instituto Gerir, que geriu hospitais estaduais de Goiás entre 2012 e 2018, e o escritório de João Paulo Brzezinski, que também atuava como advogado pessoal de Perillo. O inquérito aponta que o escritório foi favorecido, recebendo R$ 4,79 milhões de uma das OSs investigadas. Além disso, um grupo de empresas ligadas ao advogado teria recebido R$ 7,42 milhões de outras nove organizações sociais entre 2012 e 2018

A operação Panaceia foi deflagrada após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinar, em 7 de janeiro de 2025, a conclusão das investigações envolvendo o ex-governador Marconi Perillo. A decisão coincidiu com o início de uma série de ataques públicos de Perillo ao governo de Goiás, no qual acusou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) de supostamente orquestrar uma perseguição política contra ele.

Por fim, a ADPF afirma que “infelizmente, tornou-se lugar-comum alegar que operações policiais, que são conduzidas pela Polícia Federal com estrita observância da Constituição Federal e da legislação, com ciência do Ministério Público Federal e supervisão do Poder Judiciário, são atos de perseguição política”.

No Palácio das Esmeraldas, as falas acusatórias de Marconi foram interpretadas como uma tentativa de criar uma narrativa para justificar a operação. De acordo com a ADPF, a defesa do ex-governador já tinha pleno conhecimento do andamento das investigações, que não foram decorrentes de suas críticas ao atual governo.

Deixe uma resposta