Ambulatório para pessoas trans e travestis completa 3 meses em Goiânia
Local oferta atendimento integrado
Funcionando no prédio da UPA Novo Mundo, em Goiânia, o Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador – Transviver, criado pela prefeitura, completa três meses de funcionamento com 54 pacientes sendo acompanhados. O espaço funciona das 7h às 19h, de segunda-feira à sexta-feira. “É um serviço novo e pioneiro, no local é oferecido atendimento com médico endocrinologista, psicólogo, enfermeiro e assistente sociais”, explica a superintendente de Gestão de Redes e Atenção à Saúde, Cynara Mathias.
O primeiro critério para que uma pessoa passe pelo atendimento e dê sequência ao processo transexualizador é ser maior de idade. No ambulatório, ela recebe atendimento individualizado, e completo, feito pela equipe multidisciplinar. “Com a implementação do serviço, o município de Goiânia promove mais um serviço de políticas públicas e estabelece cuidados em saúde à população LGBTQIA + com base nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz a superintendente.
No Transviver, os pacientes também têm acesso aos hormônios que são fundamentais no processo de transformações corporais. “A hormonização que também conhecida por terapia hormonal ou hormonioterapia, é uma intervenção de saúde utilizada por muitas pessoas transexuais e travestis como uma estratégia para se expressarem e serem reconhecidas pela sociedade dentro dos limites do gênero com o qual se identificam ou com o qual preferem ser identificadas”, diz Cynara.
A gerente de Atenção Especializada da SMS, Dayana Pereira, explica como funciona o acesso para os atendimentos. “As pessoas interessadas devem procurar uma unidade de saúde da Atenção Primária, que é a porta de entrada para o SUS. Após esse primeiro atendimento, haverá o encaminhamento, via regulação, para o ambulatório. Uma vez, dentro do Transviver, o paciente terá acompanhamento mensal ou quinzenal, dependendo da evolução”, informa.
A Dayana ainda ressalta que na grande maioria dos casos, as pessoas procuram as unidades de saúde informando que já fazem o uso de hormônios “A dificuldade de acessar os cuidados em serviços de saúde leva à automedicação, na maioria das vezes com hormônios de tipos, doses ou formas de aplicação inadequadas, o que habitualmente acarreta muitos efeitos adversos e problemas de saúde”.
Para a médica generalista, Ana Luisa Adorno de Lima, que atende no ambulatório, o espaço tem sido um instrumento importante na melhoria do acesso à saúde de pessoas que sempre enfrentaram desafios para conseguir atendimento específico. “Antes elas precisavam aguardar na fila para conseguir o atendimento, agora isso mudou”, diz.