STF decreta prisão definitiva de Bolsonaro na PF e manda prender generais Heleno e Nogueira

O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista, reconheceu o trânsito em julgado (fim dos recursos) do processo e, em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, determinou nesta terça-feira (25) que ele comece a cumprir a pena de 27 anos em regime fechado na própria Superintendência da Polícia Federal (PF), onde Bolsonaro já estava preso por outra ação.

Moraes determinou que as visitas ao ex-presidente na PF agora, exceto as dos advogados e médicos, terão de ser autorizadas pelo STF. Além disso, ele determinou atendimento médico de plantão permanente ao ex-presidente e que ele passe por audiência de custódia na quarta-feira (26).

Na mesma tarde, Moraes também encerrou a fase de recursos para o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro Anderson Torres, e ainda mandou prender os generais Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa.

O trânsito em julgado, relativo a Bolsonaro, Torres e Ramagem, ocorreu porque eles não recorreram até o prazo que encerrava na segunda-feira. Agora, eles podem começar a cumprir a pena em regime fechado. No caso do ex-presidente, a atual detenção está ligada a outra ação penal que envolve os atos do filho Eduardo Bolsonaro contra o STF e a economia nacional.

Torres pediu prisão na PF, mas vai para Papudinha

Torres tinha pedido para também ficar preso na Superintendência da PF em Brasília, onde está Bolsonaro. Mas, segundo plantão da Tv Globo, ele vai cumprir a pena na chamada Papudinha, um batalhão para policiais condenados e pessoas em prisão especial, e faz parte do Complexo Penitenciário da Papuda.

Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ele foi condenado a 24 anos de prisão. Torres recorria da sentença em liberdade, sob o monitoramento de tornozeleira eletrônica.

General da Marinha vai para cela em Vila Militar no Rio

Já Ramagem, que é delegado da PF e foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, está foragido desde que desobedeceu ao STF e foi para os Estados Unidos. Ele foi condenado a 16 anos de prisão. A expectativa é de que Ramagem tenha o nome inserido na lista de procurados pela Interpol e seja pedida a extradição dele ao governo dos EUA, onde ele está vivendo, em Miami.

Já o general que comandou a Marinha no governo Bolsonaro, Almir Garnier, deve cumprir a pena de 24 anos na Vila Militar do Rio de Janeiro, conforme determinou Moraes nesta terça. Mas ainda não há informações se ele já foi preso.

Quanto aos dois generais, Augusto Heleno começou a cumprir pena de 21 anos de prisão e Paulo Sérgio uma pena de 19 anos.