Lula deve definir a 1ª vinda a Goiás nesta segunda-feira
Senador Jorge Kajuru volta a protagonizar organização de vinda do presidente a Goiás, estado que ficou de fora de visitas de Lula no primeiro ano de governo
“Em 5 meses, Lula esteve 10 vezes no Sudeste e 8 no Nordeste; Goiás espera gestor em julho”. Este foi o título de uma reportagem publicada pelo jornal O Hoje a 9 de junho do ano passado. Lula, no entanto, não apareceu. E outras expectativas vieram, mas igualmente frustradas. Com o término do ano, Goiás terminou não sendo uma das visitadas pelo presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, causando pouca surpresa, afinal, o estado, o ouro do agronegócio, como escreveu um dos colunistas de política de um jornal, é um dos berços político-eleitorais do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
O senador Jorge Kajuru (PSB) não teve dúvidas, ao falar com a reportagem do jornal O Hoje, que o presidente vem a Goiás o mais breve possível. Sem oferecer data, como era de sua expectativa que fosse em 28 de julho do ano passado, com a articulação dele, inclusive, ele afirma que nesta segunda-feira (8) Lula e sua equipe vão definir uma data para retornar ao estado de Goiás que lhe deu 41,29% dos votos, contra 58,71% de Jair Bolsonaro.
Por outro lado, com Kajuru, que é vice-líder do governo, e com algum tipo de proximidade protocolar e republicana com o governador – de direita – Ronaldo Caiado (União Brasil), a expectativa é que o petista não enfrente constrangimentos. O clima deve ser de cordialidade, como da vez, não faz muito tempo, em que Lula e Caiado, num cumprimento, se abraçaram. Vale lembrar que ambos podem disputar a única prestigiosa vaga de presidente em 2026. Pelo menos é o que caiadistas querem e trabalham (para) tanto.
Francisco Costa, repórter do jornal O Hoje, destacou, em texto retrospecto, que o primeiro ano do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado tanto por descumprimento de promessas quanto de conquistas, como a criação do Desenrola, programa que permite a renegociação de dívidas; a reforma tributária, que moderniza e simplifica o sistema tributário do País; o controle da inflação, de 12,13% em abril de 2022 chegou a 3,16% em junho deste ano; e outras; mas também pelo descumprimento de promessas. Entre elas, a não reeleição.
Durante a campanha, Lula prometeu que não disputaria a reeleição. Ainda em fevereiro, ele afirmou que a depender da saúde e do cenário político, ele poderia tentar mais um mandato. Em 2026, ele completará 81 anos.
Como publicado pelo Jornal O Hoje, com a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF), o PT e a esquerda ficam ainda mais reféns de Lula para 2026. “Não há ninguém no espectro [esquerda] que possa ocupar de maneira mais direta o cargo de sucessor, como Dino. Não há nome direto nem no PT e nas esquerdas com o trânsito do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública”, avaliou o professor e cientista político, Marcos Marinho.
Mas ainda sobre as promessas, Lula disse que daria mais espaço para as mulheres. Além de uma equipe ministerial formada majoritariamente por homens, ele demitiu Daniela Carneiro (Turismo), Ana Moser (Esporte) e Rita Serrano (Caixa) para acomodar o centrão.
Mas não só. Apesar de apelos por mais representatividade no STF, Lula indicou dois homens para a Corte. Mais recentemente Flávio Dino, como já mencionado, e o advogado dele na Lava Jato, Cristiano Zanin. O movimento desagradou parte da militância.
Em Goiás, contudo – mesmo sem data definida – Lula vai poder aferir sua popularidade ante à expectativa de lançar, sobretudo em Goiânia, candidatos pelo Partido dos Trabalhadores. Com isso, dando algum sentido para a militância que, aos poucos, vão se desgarrando da figura histórica de Lula para dar vida a outros líderes do partido. Claro, líderes que não chegam, como se diz o ditado, aos pés da maior estrela vermelha do partido que saiu de uma prisão de mais de 500 dias para uma campanha que o devolveu ao Palácio do Planalto em uma das campanhas mais desafiadoras de uma democracia no mundo. É o que historiadores já escrevem nos livros. (O Hoje)