Política

Lula e Bolsonaro definem estratégias para batalha decisiva pelo voto

Após um primeiro turno acirrado, os candidatos avaliam o mapa de suas votações e já iniciam articulação para alianças; Simone Tebet e Ciro Gomes são os mais cobiçados

O resultado do primeiro turno confirmou a polarização entre os candidatos à presidência Lula (PT) e Bolsonaro (PL). Ambos chegaram afirmar venceriam já no primeiro combate, porém, nenhum dos candidatos atingiu a votação suficiente para vencer.

Com 57.258.115 votos (48,43%), o candidato petista foi o que mais se aproximou da vitória em turno único. O presidente, candidato à reeleição, somou 51.071.277 (43,20).

Os candidatos agora, fazem a avaliação do mapa eleitoral para traçarem as estratégias para este segundo turno. A busca por alianças é naturalmente o primeiro movimento realizado pelos partidos de Lula e Bolsonaro, e ambos miram a terceira colocada, Simone Tebet (MDB), que obteve 4.915.306 votos, referente a 4,16% dos votos validos, e o quarto colocado Ciro Gomes (PDT), que somou 3.599.201 votos, referente a 3,04%.

Os candidatos, Tebet e Ciro, não se pronunciaram sobre quem irão apoiar na nova etapa de campanha das eleições, porém, ambos afirmaram à imprensa que vão deliberar qual rumo tomar juntamente com seus partidos.

Na avaliação do quadro eleitoral no primeiro turno, o petista venceu em 14 estados, enquanto Bolsonaro teve êxito em 13.  

Lula venceu em Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.

O presidente foi melhor no Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso.

No mapa das capitais, Bolsonaro triunfou em 16, sendo em todas as capitais da região Centro-Oeste. No Norte, o presidente também teve melhor desempenho em todas as capitais com exceção de Belém (PA), onde Lula venceu.

O petista obteve melhor desempenho na região Nordeste, onde ganhou em todas as capitais com exceção de Maceió (AL).

No Sudeste, Bolsonaro ganhou em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES). Lula ficou à frente em São Paulo (SP). No Sul, Bolsonaro venceu em Curitiba (PR) e Florianópolis (SC) e Lula ficou à frente em Porto Alegre (RS).

Outra estatística que pode influir no segundo turno, foi a vitória maiúscula da bancada conservadora eleita ao Senado. Dos 27 novos senadores, 20 são apoiadores do presidente ou têm simpatia por ele, dentre os aliados estão o vice Hamilton Mourão e cinco ex-ministros.

No extremo oposto, os apoiadores ou simpáticos à Lula que emergiram nas urnas rumo ao Senado são somente sete.

‘É apenas uma prorrogação’, diz Lula

Em um trecho de seu discurso após o resultado confirmado, o ex-presidente afirmou que irá ganhar as eleições, e que o segundo turno, seria apenas uma prorrogação.

“Durante toda esta campanha, a gente esteve à frente nas pesquisas de opinião pública, de todos os institutos, e eu sempre achei que a gente ia ganhar essas eleições e eu quero dizer pra vocês que nós vamos ganhar estas eleições. Isso pra nós é apenas uma prorrogação”, disse Lula.

‘Mudanças podem vir para pior’, diz Bolsonaro

Já o presidente Bolsonaro, ao falar com a imprensa, não quis responder sobre confiança nas urnas e afirmou diz que buscará aliados nos estados e tentará convencer eleitores que ‘mudanças podem vir para pior’.

“Eu entendo que tem muito voto que foi pela condição do povo brasileiro, que sentiu o aumento dos produtos. Em especial, da cesta básica. Entendo que há uma vontade de mudar por parte da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior”, disse o candidato à reeleição.

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