Operação do MP-GO mira esquema que fraudou licitações em 148 cidades goianas
Grupo movimentou mais de R$ 71 milhões

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou, na manhã desta terça-feira (26/10), a Operação Fator R para apurar um esquema fraudulento que teria movimentado mais de R$ 71 milhões. São cumpridos 36 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva, em Goiás e Mato Grosso. A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) é um dos alvos dos mandados.
A apuração busca desmantelar uma complexa organização criminosa empresarial que é suspeita de fraudar licitações em 148 municípios goianos, 49 municípios de Mato Grosso, um município do Tocantins e um município da Bahia. Segundo o MP-GO, o montante foi movimentado em contratos firmados com os municípios nos últimos dez anos.
A atividade criminosa utilizou de esquema fraudulento denominado Falso Simples, que burlou certames, qualificando-se como empresa de pequeno porte ou microempresa, quando, na verdade, tratava-se de um único grupo empresarial de grande porte. Por isso, o nome da operação: Fator R é o cálculo utilizado para determinar a faixa de tributação de uma empresa optante do Simples Nacional.
Além de fraudar as licitações, os investigados são suspeitos de praticarem falsidades ideológicas, peculato, corrupção, lavagem de capitais, dentre outros crimes. A operação ocorre por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e de promotores de Justiça do interior, com o apoio da Polícia Militar de Goiás.
A Prefeitura de Goiânia se manifestou, por meio de nota, sobre a operação:
A Prefeitura de Goiânia informa que está à disposição para colaborar com as investigações que culminaram na operação realizada na manhã desta terça-feira, dia 26, pelo Gaeco do Ministério Público de Goiás.
Ressalta que as informações iniciais apontam para suposto esquema ilícito, que teria acontecido em gestões anteriores. Há suspeitas de ilegalidades praticadas por grupo econômico-familiar em vários estados. Informa que não existe investigação contra servidores públicos ou por crime de improbidade administrativa. Apenas foram coletados documentos para subsidiar a investigação contra um grupo empresarial.
O Executivo municipal se mantém à disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos e fará acompanhamento do caso para a adoção de todas medidas cabíveis, caso sejam identificadas.
Nota – Prefeitura de Goiânia