Unimed faz festa de luxo com favela cenográfica e negro servindo churrasquinhos
A festa foi promovida para a "alta sociedade". A empresa, que é uma das maiores patrocinadoras das palestras de Deltan Dallagnol, se manifestou após a repercussão do episódio
A operadora de planos de saúde Unimed promoveu uma festa de luxo que gerou uma série de críticas nas redes sociais. A empresa decorou a festa com um cenário que simulava uma favela, com direito a churrasco na laje servido por um homem negro, paredes com tijolos expostos, fios de ligação elétrica clandestina, roupas penduradas no varal e até uma pia cheia de louça.
A festa foi promovida para os médicos cooperados da Unimed de São José do Rio Preto (interior de São Paulo), e ocorreu na última sexta-feira (6). O tema do evento era “País das Maravilhas”.
Após a repercussão do episódio, a Unimed afirmou que “lamenta o mal-entendido ocasionado após publicações realizadas por participantes nas redes sociais sobre parte da cenografia do evento”.
Segundo a companhia, o evento, “em linha com o compromisso social inerente ao Sistema Unimed, buscou despertar entre os convidados o senso crítico sobre a desigualdade social”.
Palestras
Essa é a segunda vez que a Unimed ganha as manchetes nacionais em um período de uma semana. No último dia 5 de setembro, a empresa de planos de saúde se manifestou após a Folha de S.Paulo revelar patrocínios descomunais às palestras do procurador Deltan Dallagnol.
Na ocasião, a empresa disse que a escolha pelo procurador passou pelo crivo “de sua rigorosa estrutura de Compliance”. Com relação aos patrocínios, a Unimed alegou que todos seguem a “Diretriz Nacional do Sistema Unimed”, “estabelecida para eventos, com avaliação responsável e priorizando temas essenciais para as comunidades nas quais as Unimeds estão inseridas”, completou.
As empresas de planos de saúde foram citadas nas delações de Delcídio Amaral (ex-senador), Nelson José de Mello (ex-diretor do laboratório Hypermarcas) e Flavio Calazans de Freitas (ex-dono do Hypermarcas). Curiosamente, nenhuma delas foi alvo da Lava Jato — operação chefiada por Deltan Dallagnol.