União Brasil e PP formalizam federação nesta terça (19) e adiam ruptura com Lula
União Progressista também terá o comando de quatro ministérios no governo Lula

União Brasil e Progressistas (PP) formalizam nesta terça-feira, 19, a criação de uma federação partidária que já nasce com uma decisão estratégica: manter ministros no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mesmo após o anúncio de desembarque da base.
A medida, segundo informações da Folha de S.Paulo, deve ser regulamentada até o fim do ano e permitirá que os quatro representantes das legendas permaneçam em cargos de primeiro escalão até o prazo de desincompatibilização para as eleições de 2026.
A permanência será tratada como uma concessão em caráter “pessoal”, válida até abril de 2025, quando a legislação exige a saída de pré-candidatos de cargos no Executivo. A decisão leva em conta o impacto direto da relação com Lula nos projetos individuais.
Ao garantir espaço para os ministros, as legendas buscam preservar influência junto ao governo e acesso a recursos estratégicos até o momento em que as campanhas se consolidarem.
Relação com o Planalto
Nos bastidores, dirigentes da futura federação avaliam que um rompimento imediato com Lula criaria atritos desnecessários, inclusive com ministros já engajados em articulações locais. O adiamento do desembarque formal também mantém abertos os canais de diálogo com o Palácio do Planalto em votações no Congresso.
A diretriz a ser aprovada até o fim de 2025 definirá o afastamento programado da base, mas com brechas institucionais para casos específicos. Essa fórmula preserva a federação da acusação de incoerência e, ao mesmo tempo, garante que lideranças-chave não percam espaço estratégico antes da hora.
Cenário político
Com a formação da federação, União Brasil e PP somam bancadas robustas e se tornam peça relevante no xadrez do Congresso. O movimento mira a disputa presidencial de 2026, em que a aliança pretende se colocar como alternativa independente do Planalto.
A aliança formará a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 deputados federais (21,2% do total) e 15 parlamentares no Senado, representando 18,5% do número de senadores e contará com a maior fatia do fundo eleitoral, estimado em quase R$ 1 bilhão, e do tempo de televisão, o que deverá turbinar as candidaturas do grupo político em 2026.
Segundo balanço divulgado pela futura federação, os dois partidos, juntos, têm seis governadores, quatro vice-governadores, 1.335 prefeitos, 1.183 vice-prefeitos, 12.398 vereadores, 186 deputados estaduais e quatro distritais.