Três policiais são indiciados pela morte de soldado da FAB, em Anápolis
Guilherme Souza Costa, de 19 anos, foi baleado após fugir de uma blitz em março deste ano

A Polícia Civil indiciou três policiais militares pela morte do soldado da Força Aérea Brasileira (FAB), Guilherme Souza Costa, de 19 anos, em 4 de março deste ano em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Os policiais estão sendo acusados pelo crime de disparo de arma de fogo em via pública.
Guilherme servia às forças armadas na base aérea de Anápolis-GO e recebeu voz de parada na Avenida Universitária, enquanto trafegava em sua motocicleta na noite do dia 04/03. Por estar sem CNH e com a placa da motocicleta danificada, ele tentou fugir, mas foi perseguido e alcançado por policiais militares na Avenida Brasil.
Pessoas que passavam pelo local filmaram a abordagem e vídeos que circulam nas redes sociais mostram que durante a diligência, Guilherme foi baleado, socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Os policiais que o abordaram relataram o encontro de uma arma de fogo na posse do jovem.
No entanto, investigações apontaram que os policiais atiraram contra o soldado para prendê-lo. A Polícia Civil informou ainda que “não foram reunidos elementos de informação para corroborar nem refutar tal alegação dos militares”.
Vídeos mostraram que dois policiais se posicionaram de forma frontal a Guilherme durante a blitz montada na Avenida Brasil e atiraram em direção às rodas da motocicleta. Eles foram indiciados por crime de disparo de arma de fogo, sendo demonstrado através de prova pericial que efetivamente atingiram a motocicleta.
Um terceiro policial, que se encontrava lateralizado em relação a Guilherme e que efetuou o tiro que atingiu o abdome do jovem, a uma distância de poucos metros, foi indiciado por crime de homicídio.
Durante o inquérito policial, as armas dos investigados foram apreendidas e levadas a exame de confronto balístico com os projéteis retirados do corpo do jovem.
Os três policiais estão presos desde 16 de março num Presídio Militar em Goiânia e caberá ao Poder Judiciário decidir sobre a manutenção ou não de suas prisões.
Guilherme era soldado da Ala 2 de Anápolis. Os pais dele gravaram um vídeo no final de semana após a morte de Guilherme, emocionados e pedindo justiça. Durante a gravação, a mãe, Doraci Heloisa, diz “ele era um menino tão bom, que nunca me respondeu. A vida dele era trabalhar e estudar. Nos ajudem a, pelo menos, limpar o nome dele”.
No meio do vídeo, a irmã do rapaz, que está filmando tudo, ainda interrompe a mãe duas vezes, também chorando, para dizer que quer justiça.
Já o pai, Ailton Aparecido, estava muito emocionado. “Ele já estava rendido gente. Ele já estava com a mão na cabeça. Por que que atiraram”, indaga. O vídeo foi interrompido quando o casal caiu em lágrimas e não conseguiu mais falar.