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TJ abre sindicância para investigar indício de corrupção no caso Padre Robson

O objetivo é investigar suposto pagamento de propina para desembargadores após decisão favorável em um processo envolvendo uma fazenda ligada a AFIPE

A presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás informou, na noite desta quarta-feira (24/2), que abriu procedimento de sindicância para investigar o indício de corrupção no caso Padre Robson, envolvendo desembargadores de Goiás.

A solicitação do TJ foi feita após os novos áudios mostrarem conversa entre padre Robson de Oliveira e o advogado sobre suposto pagamento para conseguir uma decisão favorável em um processo envolvendo uma fazenda ligada a AFIPE –Associação Filhos do Pai Eterno.

Nos áudios divulgados em reportagem exibida pelo Fantástico, os investigadores apontam a participação do Padre em um possível esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa e suborno. As conversas eram gravadas pelo próprio Padre. O material foi apreendido em uma operação do Ministério Público, em agosto de 2020.

“Em um dos áudios divulgados, o advogado teria comentado com o Padre que este último pagou R$ 500.000,00 para a relatora e R$ 250.000,00 seriam divididos entre os Desembargadores que participaram do julgamento do recurso”, aponta documento.

Em comunicado, a defesa do padre Robson afirmou que o material original não foi divulgado, pois é mantido em segredo de justiça. “As suposições são construções fantasiosas para tentar constranger pessoas, já que não se sustentam juridicamente nem sequer foram judicializadas nem representam qualquer ato ilegal”.

Entenda o indício de corrupção no caso Padre Robson

A Operação Vendilhões foi deflagrada em agosto de 2020, momento que foram cumpridos mandatos de busca e apreensão para apurar crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica na Afipe.

Durante as investigações foi levantado que a associação teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões em dez anos, valor que deveria ter sido usado na construção da nova Basílica de Trindade. Entretanto, teria sido utilizado para compra de fazendas, avião e até mesmo casa de praia.

De acordo com as investigações, o padre era o responsável por comandar a organização criminosa, que transferia grandes quantias em dinheiro para empresas, sem qualquer prestação de contas.

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