‘Privatização disfarçada’: Petrobras já vendeu R$ 244 bilhões em bens desde 2015
A maior parte das vendas aconteceram no governo Bolsonaro, mas elas vêm sendo feitas desde o governo Dilma Rousseff (PT)
A Petrobras continua sendo a maior estatal brasileira, mesmo com o desejo de integrantes do Governo Federal de privatizá-la por completo. Porém, críticos do governo denunciam a existência de um processo de “privatização disfarçada”, com a venda de diversos bens da empresa. Desde 2015, a estatal já se desfez de R$ 243,7 bilhões em bens por meio de 68 transações.
Nessas vendas, estão negócios como a distribuidora de combustíveis BR, polos de gás, gasodutos e campos de exploração de petróleo. Segundo a petroleira, esse plano busca gerar recursos para pagamento de dívidas e assim reforçar investimentos numa área que passou a ser considerada pela administração a mais importante do grupo: a de exploração de petróleo no pré-sal.
Opositores ao programa de venda de bens afirmam que a transferência dessas operações – muitas vezes para estrangeiros – cria monopólios que afetam a concorrência e reduzem a capacidade do Brasil de planejar e gerenciar as políticas de energia, de combustíveis e de petroquímica.
A maior parte das vendas aconteceram no governo Bolsonaro, mas elas vêm sendo feitas desde o governo Dilma Rousseff (PT). Veja a proporção de vendas em cada administração:
- Governo Dilma Rousseff (PT): R$ 26,9 bilhões (11% do total vendido até agora)
- Governo Michel Temer (PMDB): R$ 78,5 bilhões (32,2%)
- Governo Jair Bolsonaro (PL): R$ 138,2 bilhões (56,7%)
O que já foi vendido
Os bens mais caros vendidos no período foram: a TAG (Transportadora Associada de Gás), rede de gasodutos do Norte e Nordeste, vendida por R$ 41 bilhões em 2019; A NTS (Nova Transportadora do Sudeste), controladora de gasodutos na região Sudeste, vendida por R$ 21 bilhões em 2019; e a BR, distribuidora de combustíveis, vendida por R$ 12 bilhões em 2021.