Ludmila repete tática de 2012 e divulga pesquisa fora da realidade
Em cada eleição é cristalino que candidatos adotam institutos para realizarem pesquisas, em sua maioria institutos desconhecidos do público, o que gera uma guerra de números que confunde o eleitorado

Redação
Não é de hoje que institutos de pesquisas sofrem com crise de credibilidade. Isso é devido a números que não condizem com o boca a boca e as discussões políticas, mas esse descrédito também é alimentado pelo surgimento de empresas, que só aparecem durante as eleições e despertam a desconfiança, misturando números às fake news.
Em Ipameri, relembrando uma pesquisa realizada pelo Instituto Diagnóstico em 2012, que dizia que Ludmila Cozac teria virado em número de intenções de voto, em cima da então candidata a prefeita Daniela Carneiro (PSDB), hoje (6), a Mdbista divulgou uma pesquisa no mesmo jornal, dizendo que está em primeiro lugar nas intenções de voto na cidade.
Em 2012, o Instituto e o jornal que publicaram a pesquisa foram obrigados pela Justiça a não divulgarem os números, pela constatação de fraude eleitoral. Não havia consistência nas planilhas e foram divulgados números sem embasamento. A atual pesquisa, realizada pelo Instituto Contato e amplamente reproduzida nas redes sociais, foi publicada nos mesmos moldes, trazendo informações soltas e que geram desconfiança.
Institutos
Em cada eleição é cristalino que candidatos adotam institutos para realizarem pesquisas, em sua maioria, desconhecidos do público, o que gera uma guerra de números que confunde o eleitorado.
Em Ipameri, o candidato do Democratas, o empresário Bartô, também fez uso desta tática e publicou pesquisa do Instituto Diagnóstico, usado por Ludmila em 2012. Na pesquisa de Bartô, ele estava à frente com vantagem, com uma baixa reprovação e com outros nomes bem na soleira dos gráficos. Assim, é claro ver, que o Instituto que divulga de um candidato, não divulga de outro. É daí que o eleitor deve se perguntar: será que os números servem para informar ou manipular?
Segundo o promotor eleitoral, Cassius Marcellus, as pesquisas eleitorais podem ser usadas para confundir as intenções de votos e cabe ao eleitor observar o sentimento da cidade. “Tem uns institutos que a gente nunca ouviu falar e de repente, aparecem com umas pesquisas mirabolantes. É interessante ter o histórico e saber como foi a participação em eleições anteriores. O eleitor precisa aferir a credibilidade. É importante que o eleitor que consumir essas informações, se preocupe em saber a procedência, porque, por vezes, o instituto cumpre formalmente e exigências, mas não tem a credibilidade e metodologia para divulgar informação crível e candidatos usam disso para manipular o eleitor”, pontua Cassius.