Indústria de máquinas agrícolas pode fechar o ano com até 10% de crescimento
Mesmo com impactos da pandemia, exportação de soja faz mercado agrícola se recuperar
Redação
A indústria de máquinas agrícolas pode fechar o ano com um saldo positivo, mesmo com os impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil. É o que indica o vice-presidente da New Holland Agriculture para a América do Sul, Rafael Miotto, em entrevista à Reuters. Isso se deve à retomada de investimento no setor de grãos e na necessidade de se atualizar o maquinário agrícola em nosso país.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que no período entre janeiro e setembro de 2020, a venda de máquinas agrícolas e rodoviárias atingiu a marca de 33,28 mil unidades, o equivalente a 0,9% a mais, em relação ao mesmo período no ano passado.
Contudo, devido ao pico da pandemia no Brasil, o primeiro semestre apontava um recuo de 1,3% no comércio do maquinários. ““A pandemia não afeta o produtor, mas afeta todo o entorno dele. Ele está sendo cuidadoso” afirma Miotto.
Dois fatores colaboraram para que esta mudança de cenário: com a desvalorização do real e alta no preço do dólar, o produto de exportação brasileiro se tornou mais barato e assim, mais competitivo. O outro fator foi a forte demanda da China por soja, o que acelerou o processo de vendas dos agricultores de forma antecipada – ou seja, é como se a venda do plantio esperado de soja já tivesse sido encomendada.
O Brasil é o maior exportador e produtor de soja no mundo. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o grão é o produto mais exportado pelo país e cresceu quase 28% entre janeiro e setembro. Vale destacar que o Ministério da Economia suspendeu a cobrança de impostos sobre a importação da soja e milho recentemente.
Em Goiás
De acordo com dados da Anfavea, desde o início do ano até setembro, Goiás quase triplicou o número de compras de maquinário agrícola. O número que começou com 111 veículos, somando tratores de rodas e colheitadeiras de grãos, se tornou em 321 vendas no mês de setembro. No total, foram 1.633 tratores e 72 colheitadeiras comercializadas no estado.
Jornal Opção e Agência Brasil