Equador

Daniel Noboa é reeleito presidente do Equador 

Daniel Noboa é reeleito presidente do Equador com 55,88% dos votos, superando Luisa González por mais de 10 pontos percentuais

O Equador confirmou neste domingo, 13, a reeleição do presidente Daniel Noboa, que consolidou sua permanência no poder ao derrotar a candidata da oposição, Luisa González, com 55,88% dos votos, conforme dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 90% das urnas apuradas.

A presidente do CNE, Diana Atamaint, destacou em coletiva de imprensa que “com mais de 90% dos votos apurados, há uma tendência irreversível nos resultados. A autoridade eleitoral acredita que a dupla vencedora é a equipe do ADN (Ação Democrática Nacional), formada por Daniel Noboa e Maria José Pinto”. O anúncio confirmou o favoritismo do atual mandatário, que obteve uma vantagem de mais de dez pontos percentuais sobre González, que ficou com 44,12%.

Em seu discurso de vitória, Noboa afirmou que o resultado representa “uma vitória de mais de um milhão de votos, onde não há dúvidas de quem é o vencedor”, destacando a importância da “perseverança, na luta, no trabalho de cada um dos membros desta equipe, desta equipe que busca este novo Equador”.

Aos 37 anos, Daniel Noboa consolidou sua trajetória política reforçada por sua retórica firme contra o crime organizado. Durante a campanha, o presidente reiterou sua intenção de manter a presença das Forças Armadas nas ruas, construir presídios de segurança máxima e permitir o retorno de bases militares estrangeiras ao território equatoriano. Essas medidas, segundo ele, são fundamentais para conter a escalada da violência impulsionada por máfias e grupos armados no país.

Apesar de sua juventude, Noboa não é um nome desconhecido no cenário nacional. Filho do bilionário do setor bananeiro e cinco vezes candidato à presidência Álvaro Noboa, ele estudou em instituições no exterior e nasceu nos Estados Unidos..

Seu primeiro mandato começou em 23 de novembro de 2023, em um cenário político conturbado. Ele assumiu a presidência após vencer uma eleição extraordinária convocada para preencher o vazio deixado por Guillermo Lasso, que dissolveu a Assembleia Nacional e evitou um processo de impeachment por corrupção. Desde então, Noboa vem tentando consolidar sua governabilidade e impor sua agenda de segurança, mesmo com a limitação de tempo e de apoio parlamentar.

“Nada se resolve em um ano”, declarou o presidente em diversas ocasiões, justificando a necessidade de um novo ciclo para implementar plenamente suas políticas. Com o novo mandato, que começa oficialmente no próximo dia 24 de maio, Noboa poderá estender suas medidas e consolidar seu plano de governo, agora com maior respaldo nas urnas.

Enquanto isso, a candidata derrotada, Luisa González, não reconheceu o resultado. Em discurso feito logo após a divulgação das projeções, a representante da esquerda afirmou que houve “a mais grotesca fraude” e anunciou que solicitará a recontagem dos votos. Segundo ela, “11 pesquisas a apontavam como vencedora”, e o resultado, portanto, não refletiria a realidade. “Estão fazendo fraude (…) e denuncio publicamente”, declarou González, alegando que o país vive sob uma ditadura.

González, que vinha crescendo nas pesquisas nas últimas semanas, fez uma campanha centrada na retomada dos programas sociais dos governos anteriores do ex-presidente Rafael Correa, de quem é aliada política. 

O resultado também tem implicações internacionais. Noboa, que afirma se identificar com Donald Trump, já indicou seu interesse em estreitar laços com os Estados Unidos e ampliar parcerias estratégicas de defesa. A referência ao ex-presidente norte-americano não é apenas simbólica: Noboa defende uma política econômica liberal, reformas estruturais e uma postura mais rigorosa no trato com o crime organizado, seguindo um estilo próximo ao dos líderes conservadores.

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