CNH pode ficar até 70% mais barata em Goiás com fim da obrigatoriedade das autoescolas
O Ministério dos Transportes propõe flexibilização do processo de habilitação. Valor da categoria A pode cair de R$ 2.072,90 para R$ 632,90

O processo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode passar por uma mudança significativa no Brasil. O governo federal estuda uma proposta que elimina a obrigatoriedade de frequentar autoescolas, medida que, segundo projeções, poderia reduzir em até 70% o custo do documento.
Hoje, em estados como Goiás, o valor médio para a categoria A, destinada a motociclistas, é de R$ 2.072,90. Caso a medida seja aprovada, esse custo cairia para aproximadamente R$ 632,90, segundo estimativa do Detran-GO. A diferença se deve ao fim das cobranças relacionadas às aulas teóricas e práticas em autoescolas, restando apenas as taxas de exames médicos, psicológicos e das provas de habilitação.
O valor atual é composto por R$ 442,90 (taxa do Detran), R$ 190 (exame médico e psicotécnico), R$ 350 (formação teórica em autoescola) e R$ 1.090 (formação prática). A participação das autoescolas representa 69,51% do total. Na categoria B, o custo médio é de R$ 2.282,90, sendo 72,27% destinado às autoescolas. Já para a categoria AB, o valor é de R$ 2.860,39, com 68,17% também vinculados às formações teórica e prática.
O processo para tirar a CNH será aberto pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou pela Carteira Digital de Trânsito (CDT). O estudo teórico poderá ser feito em CFCs, em cursos EAD de empresas credenciadas ou em plataforma digital da própria Senatran.
A proposta, no entanto, ainda está em fase de discussão e não tem data definida para ser votada. Especialistas em trânsito destacam que, embora a medida possa facilitar o acesso à CNH, há preocupações quanto à formação adequada dos motoristas, já que as aulas ministradas por instrutores qualificados poderiam deixar de ser obrigatórias.
O governo defende que a flexibilização daria mais autonomia ao candidato, que poderia escolher se deseja ou não recorrer a uma autoescola. A expectativa é que a mudança contribua para reduzir custos e a burocracia enfrentada por quem deseja conquistar o documento.
Enquanto o debate avança, motoristas em potencial aguardam definições. Se aprovada, a medida pode representar um marco no processo de habilitação no país, tornando-o mais acessível financeiramente, mas também levantando o desafio de garantir a segurança no trânsito com condutores bem preparados.