China responde a Trump após tarifaço de 100%: ‘não queremos brigar, mas não temos medo de brigar’
O país asiático ameaçou a adotar contramedidas, responsabilizando os EUA por intensificar as tensões

A China criticou de forma incisiva os Estados Unidos neste domingo, após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa adicional de 100% sobre as importações da segunda maior economia do mundo. O país asiático ameaçou a adotar contramedidas, responsabilizando os EUA por intensificar as tensões. No início da tarde deste domingo, Trump afirmou que Xi “teve um momento ruim”.
Por meio de um comunicado, a pasta chinesa afirmou que “as recentes contramedidas comerciais da China em relação aos EUA foram ações necessárias e defensivas”, e que “tomará medidas correspondentes para proteger seus direitos” caso os americanos insistam em suas ações.
“Ameaçar com tarifas elevadas a cada passo não é a maneira certa de lidar com a China”, disse o Ministério do Comércio. “A China insta os EUA a corrigirem suas práticas equivocadas o quanto antes.” O país afirmou ainda que não quer lutar, mas que não tem medo de lutar.
O país asiático acusou os EUA de introduzir, desde a reunião de negociações comerciais em Madri, em setembro, uma série de novas restrições contra a China, incluindo a colocação de empresas chinesas em uma lista específica de barreiras.
Trump reacendeu a guerra comercial com Pequim na sexta-feira, em uma disputa sobre as novas restrições chinesas às exportações de minerais de terras raras. O republicano anunciou também restrições à exportação de “qualquer software crítico” a partir de 1º de novembro ao país asiático. Ele também ameaçou cancelar uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, agendada para este mês.
A decisão veio após a China impor novas taxas portuárias a navios americanos, iniciar uma investigação antitruste contra a Qualcomm, e revelar amplas restrições às exportações de terras raras e outros materiais estratégicos.
Exportadores estrangeiros de produtos que contenham mesmo traços desses minerais extraídos na China precisarão agora de licença de exportação, informou o governo na quinta-feira, alegando motivos de segurança nacional. Certos equipamentos e tecnologias usados no processamento de terras raras e na fabricação de ímãs também estarão sujeitos a controle.
O Ministério do Comércio chinês acusou, no domingo, os Estados Unidos de intensificarem a pressão econômica contra Pequim desde setembro.
“Essas ações (…) causaram sérios danos aos interesses chineses e minaram seriamente a atmosfera das negociações econômicas e comerciais entre as duas partes”, alertou o ministério. “Ameaçar constantemente com tarifas altas não é a melhor abordagem para lidar com a China”, acrescentou.
O ministério chinês esclareceu neste domingo que o controle de exportações não representa uma proibição total, e que as solicitações que atenderem às regras serão aprovadas. Antes do anúncio, a China havia notificado países e regiões relevantes por meio de um mecanismo bilateral de diálogo sobre controle de exportações, acrescentou.
A China afirmou ainda ter avaliado previamente o impacto potencial das medidas nas cadeias industriais e de suprimentos, concluindo que esse impacto será muito limitado. O país disse também estar disposto a reforçar o diálogo e as trocas sobre controle de exportações com outras nações, para preservar a segurança e a estabilidade das cadeias globais de produção e abastecimento.