Carlos Bolsonaro chama governadores de direita de “ratos” e “oportunistas”
De acordo com Carlos, lideranças da centro-direita usam o nome de Bolsonaro apenas em benefício próprio

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) subiu o tom contra aliados de seu próprio campo político neste domingo (17). Em publicação na rede social X (ex-Twitter), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou governadores de direita de agirem como “ratos” e “oportunistas” ao tentar ocupar o espaço político deixado por seu pai, que desde 4 de agosto cumpre prisão domiciliar e está inelegível.
De acordo com Carlos, lideranças da centro-direita usam o nome de Bolsonaro apenas em benefício próprio. “A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater. Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”, escreveu.
A postagem foi rapidamente compartilhada por seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. O gesto reforçou a linha de ataque contra potenciais nomes da direita que se movimentam para 2026, em meio ao vácuo de liderança deixado pela inelegibilidade do ex-presidente.
A manifestação acontece um dia depois de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, oficializar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. O mineiro se apresenta como alternativa liberal-conservadora e tenta se projetar nacionalmente ao lado de outros governadores, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), que também são cotados para a disputa presidencial. O governador goiano, inclusive, também lançou, desde abril sua pré-candidatura à presidência da República.
A fala de Carlos expõe mais uma vez as fissuras internas do bolsonarismo: de um lado, os filhos do ex-presidente, que defendem a preservação do “legado puro” de Jair Bolsonaro; de outro, governadores que buscam ampliar protagonismo político no vácuo deixado pela prisão e pela inelegibilidade do líder.