O presidente Jair Bolsonaro citou a crise política da Bolívia para defender uma lei que permita auditar os resultados das eleições no Brasil. Segundo ele, os resultados não são confiáveis e ele quer votar o projeto de lei para a eleições de 2022.
“Teve um problema sério na Bolívia que o estopim foi o que a suspeita ou certeza de fraude por ocasião das eleições. Ensinamento para nós: nós devemos, tenho conversado com alguns líderes para potencializar isso, para que nos viemos a votar no começo do ano que vem um projeto de lei de modo que você possa auditar uma eleição. Se você votou no João, você vai ter certeza que votou no João, se votou na Maria, o voto foi para Maria. Não podemos ter essa suspeita de fraude, como houve na Bolívia, de um lado ou de outro”, disse Bolsonaro.
Ele citou a eleição presidencial de 2018, da qual saiu vitorioso, e levantou dúvida sobre o número total de votos que ele recebeu contra o candidato do PT, Fernando Haddad.
“Todo mundo dizia que eu tinha tudo para ganhar as eleições na reta final, eu tinha certeza disso e teve no final 55% para mim e 45% para o outro candidato. Muita gente achou que a diferença foi muito maior. Como um lado ganhou, e nas ruas todo mundo tinha essa convicção de que eu ia ganhar, não houve problema. Mas imagina se o outro lado ganha as eleições, como é que a gente ia auditar esses votos. Não tinha como auditar”.
Bolsnoaro comentou que o Brasil tem “obrigação” de ter um “sistema de votação confiável”. “Ano que vem não dá mais, mas a partir de 2020 sim. Vamos lutar por isso”, disse.
Contra as acusações sobre a segurança do sistema de votação em 2018, o TSE lançou uma página em seu site para rebater as alegações de supostas fraudes nas urnas. Segundo o tribunal, nos 22 anos de uso da urna eletrônica, iniciados em 1996, nunca houve a identificação de fraudes no sistema. O órgão informa também que é possível solicitar a auditoria do voto eletrônico. O pedido deve ser encaminhado ao TSE com motivo e indicação dos locais a serem auditados.
A auditoria pode ser feita através da verificação do resumo digital (hash); reimpressão do boletim de urna; comparação entre o boletim impresso e o boletim recebido pelo sistema de totalização; verificação de assinatura digital; comparação dos relatórios e das atas das seções eleitorais com os arquivos digitais da urna; auditoria do código-fonte lacrado e armazenado no cofre do TSE; recontagem dos votos por meio do Registro Digital do Voto (RDV) e ainda pela comparação da recontagem do RDV com o boletim de urna.
Via: Uol Notícias