Tarifaço

Caiado articula com EUA para retirar produtos goianos do tarifaço de Trump

Governador pressiona EUA e lança medidas para proteger exportações goianas

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou nesta quinta-feira (31) que está em articulação direta com o governo dos Estados Unidos para tentar amenizar os impactos do tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. A intenção é retirar itens importantes para a economia goiana da lista de taxação, como carnes e açúcar, que seguem penalizados mesmo após a exclusão de mais de 600 produtos da medida norte-americana.

“Desde que tomamos conhecimento da situação, temos trabalhado para preservar os negócios e os empregos dos goianos”, afirmou o governador em suas redes sociais. Segundo ele, o governo estadual já iniciou uma série de ações para socorrer os empresários mais afetados, com destaque para a abertura de linhas de crédito e uso de fundos estaduais.

Na quarta-feira (30), Caiado realizou uma videoconferência com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, para tratar diretamente do tema. O governador relatou que sua solicitação foi bem recebida e que Escobar se comprometeu a atuar junto ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, com o objetivo de buscar alternativas diplomáticas que reduzam os danos à economia goiana.

Pacote de amparo econômico

Enquanto aguarda uma resposta concreta por parte do governo norte-americano, a gestão estadual avança com medidas de proteção à indústria local. No último dia 22, Caiado anunciou a abertura de linhas de crédito para empresas exportadoras, com destaque para a criação de um Fundo Creditório que poderá movimentar até R$ 628 milhões. O valor será lastreado em créditos de ICMS, que servirão como garantia para financiamentos voltados aos 18 setores goianos com maior volume de exportação para os EUA.

Além disso, o governo poderá utilizar recursos do Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), criado durante a pandemia, e do Fundo de Estabilização Econômica, reserva estratégica destinada a enfrentar cenários de crise. O objetivo, segundo o governador, é garantir fôlego financeiro às empresas e assegurar a manutenção de empregos e serviços essenciais.

A ofensiva de Caiado ocorre em meio ao agravamento da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos. Goiás está entre os estados mais expostos à medida, dada a relevância de sua pauta exportadora no agronegócio e na indústria de alimentos. A articulação com os norte-americanos busca impedir que o impacto da política protecionista de Trump cause danos permanentes ao setor produtivo goiano.

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