Alerta

Verão e férias aumentam riscos de afogamento entre crianças

Pediatra destaca cenários de riscos

(Foto: reprodução)

O risco de afogamentos entre crianças aumenta de forma alarmante com a chegada do verão e das férias escolares. Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 45% dos casos anuais de afogamentos no Brasil ocorrem entre dezembro e março, período em que muitas famílias aproveitam para relaxar em piscinas, praias e outros locais com água. Essa tragédia silenciosa é a principal causa de mortes acidentais entre crianças de um a quatro anos, evidenciando a necessidade de cuidados redobrados.

A pediatra Mirna de Sousa, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), destaca que situações cotidianas podem se transformar em cenários de risco fatal. “Uma criança pode se afogar em apenas dois minutos e em menos de 5 centímetros de água. Isso mostra que até o tanque de lavar roupas ou uma bacia esquecida no quintal são potenciais armadilhas”, alerta a especialista. Segundo ela, a maior parte dos casos ocorre dentro de casa, longe dos ambientes tradicionalmente associados ao perigo, como clubes e praias.

Especialistas reforçam a importância da supervisão constante e de medidas preventivas simples, como esvaziar baldes e bacias após o uso, manter piscinas cobertas ou cercadas e educar as crianças sobre os perigos da água. “A atenção dos pais e responsáveis precisa ser total, principalmente durante períodos de descontração, quando os pequenos estão mais expostos aos riscos”, conclui Mirna.

Além da possibilidade de morte, sobreviventes de afogamentos podem enfrentar sequelas neurológicas graves, como dificuldades motoras, convulsões e, em casos extremos, tetraplegia. “Por isso, a prevenção é essencial. É sempre melhor evitar o acidente do que lidar com as consequências depois”, reforça Mirna.

Dicas para evitar acidentes:

– Supervisão constante: nunca deixe crianças sozinhas, principalmente em locais com acesso a água.

– Restringir áreas perigosas: instale portões de segurança em áreas de serviço, banheiros e quintais com piscinas.

– Esvazie recipientes após o uso: baldes, bacias e piscinas infantis devem ser guardados secos e fora do alcance.

– Adote equipamentos de segurança: coletes salva-vidas são indispensáveis em piscinas e passeios aquáticos.

– Tampas de segurança: mantenha a tampa do vaso sanitário abaixada e, se possível, utilize travas para evitar o acesso.

– Retire atrativos: brinquedos deixados próximos à piscina podem atrair as crianças.

Em caso de acidentes, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode ser acionado pelo 192, e o Corpo de Bombeiros pelo 193. “Com planejamento e atenção, o verão pode ser aproveitado com segurança, garantindo que as memórias construídas sejam de alegria, e não de perdas evitáveis”, finaliza a pediatra.


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