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Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment após decretar lei marcial

Decisão teve 204 votos a favor e 85 contra

Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment após decretar lei marcial. (Foto: Reprodução)

O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14/12) – 11 dias depois do presidente Yoon Suk Yeol promover uma tentativa fracassada de autogolpe, o impeachment do chefe de Estado. A decisão contou com 204 votos a favor e 85 contra. Três parlamentares se abstiveram e oito votos foram considerados inválidos.

O primeiro-ministro Han Duck-soo, que foi nomeado por Yoon, assume como interino e o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul tem até 180 dias para decidir se o presidente impeachmentmado será removido do cargo. Se isso ocorrer, uma nova eleição será convocada.

Relembre

Desde que assumiu o cargo em 2022, Yoon, um conservador, tem lutado para fazer sua agenda passar por um parlamento controlado pela oposição e enfrentado baixos índices de aprovação em meio a escândalos envolvendo ele próprio e sua esposa. Em seu anúncio da lei marcial, no último dia 3, Yoon chamou o parlamento de “antro de criminosos” que atrapalha os assuntos do Estado e prometeu eliminar os “seguidores desavergonhados da Coreia do Norte e as forças antiestatais”.

A turbulência resultante da manobra de Yoon paralisou a política sul-coreana e gerou alarme entre os principais parceiros diplomáticos, incluindo o vizinho Japão e os Estados Unidos, principal aliado de Seul, já que uma das democracias mais fortes da Ásia enfrenta uma crise política que pode destituir seu líder.

O índice de aprovação de Yoon atingiu um mínimo de 17% no mês passado, de acordo com o jornal sul-coreano Dong-A Ilbo. Os presidentes sul-coreanos têm um mandato de cinco anos, o que significa que ele não poderá concorrer à reeleição.

Lei marcial

No dia 3 tropas das forças especiais cercaram o prédio do parlamento e helicópteros do exército pairaram sobre ele, mas os militares se retiraram depois que a Assembleia Nacional votou unanimemente pela revogação do decreto, forçando Yoon a suspendê-lo antes do amanhecer de quarta-feira (4/12).

A declaração de lei marcial foi a primeira desse tipo em mais de 40 anos na Coreia do Sul. Dezenas de milhares de pessoas lotaram as ruas próximas à Assembleia Nacional, empunhando faixas, gritando slogans, dançando e cantando músicas de K-pop com letras alteradas para pedira destituição de Yoon.

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