Diretor do presídio de Caldas Novas e 4 policiais são afastados por suspeita de tortura contra presos
Diretor e policiais penais foram afastados

Acolhendo pedido cautelar feito pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), a Justiça determinou o imediato afastamento do diretor da Unidade Prisional de Caldas Novas e de outros quatro policiais penais da unidade, em razão de possível prática de tortura contra presos. Eles ficarão afastados por 180 dias, pois, segundo o MPGO, há indícios de que a permanência deles nas funções poderia prejudicar a coleta de provas e perpetuar as condutas ilícitas sob investigação.
Conforme apontado no pedido, feito pelo promotor de Justiça Sávio Fraga e Greco, titular da 6ª Promotoria de Caldas Novas, no dia 10 de junho, os policiais penais investigados, após terem agredido o ofendido, teriam determinado que ele caminhasse pelo corredor da ala da unidade prisional, para que, supostamente, fosse agredido por diversos outros presos. Toda essa ação teria sido captada pelas câmeras internas de segurança do local.
Para o promotor, trata-se de “um verdadeiro absurdo, que aconteceu aos olhos de pelo menos três integrantes da equipe de plantão naquele dia. Aliás, pelo que se percebe, referidas pessoas pareciam se divertir com a contemplação da cena”. As imagens mostrariam, ainda, a utilização de bastões pelos presos para prática das agressões, com conhecimento dos policiais penais, sem que nada tenha sido feito a respeito até a presente data, “razão pela qual a omissão da direção da unidade também merece apuração”, asseverou o MP no pedido.
Na decisão, a juíza que analisou o pedido dissertou que cabe ao “Estado o dever de zelar pelo bom e fiel cumprimento da pena dos presos, inclusive garantindo-lhes segurança e dignidade”. O promotor adiantou que nos próximos dias deverá oferecer denúncia criminal contra os investigados, após apuradas as respectivas condutas e omissões.