Em Trindade, Professor é preso por faixa “Bolsonaro genocida” em carro
Arquidones Bites, dirigente do PT, diz em vídeo ter sido espancado por policiais. Agentes teriam alegado cumprir Lei de Segurança Nacional

O professor do ensino médio e dirigente do PT em Goiás, Arquidones Bites, foi preso por policiais militares na tarde desta segunda-feira (31), em Trindade, por se negar a tirar do capô de seu carro uma faixa onde estava escrito “Fora Bolsonaro genocida”. Até o fechamento desta reportagem, ele estava sendo ouvido na sede da Polícia Federal, em Goiânia, para onde foi levado pelos PMs após a Polícia Civil de Trindade ter se recusado a enquadrar o professor na Lei de Segurança Nacional, como queriam os militares.
Segundo a também dirigente do PT em Goiás Kátia Maria, Bites foi um dos organizadores do protesto contra o presidente Jair Bolsonaro em Goiânia no último sábado (29), e manteve a faixa no veículo após o evento, mas foi abordado pela PM nesta segunda, perto de casa, em Trindade.
No vídeo, o policial militar diz que pode resolver sem prisão se o professor tirar a faixa, mas ele se nega e reafirma que Bolsonaro é genocida. Ele é preso após discussão, e depois, na delegacia, alega ter sido espancado pelos policiais. Dirigentes e militantes do PT em Goiás seguiram para a sede da PF, onde o professor estaria sendo ouvido. A PF e a PMGO ainda não se posicionaram sobre o caso.

O policial chega a ler para o professor um trecho da Lei de Segurança Nacional que proibiria calúnias ao presidente da República. Criada pela ditadura militar, e modificada em 2016, novas mudanças na lei estão em debate no Congresso e sob avaliação no Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio, a Câmara aprovou projeto que a revoga, mas ainda falta o Senado decidir sobre o tema.